O que é o Enem? – Instruções práticas aqui

Você sabe o que é o Enem? Sabe o que é avaliado na prova do enem? Sabe o que faz uma redação ter uma nota boa e a outra ser zerada? neste artigo trataremos de questões importantes para você que fará o Enem em 2017 e que precisa de um norte desde já para mandar muito bem no dia da avaliação.

Instruções e exercício para Enem

A leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra, e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele. - Paulo Freire.

A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 26. ed. São Paulo: Cortez, 1991 (adaptado).

Desde os nossos primeiros contatos com o mundo, percebemos o calor e o aconchego de um berço diferentemente das mesmas sensações provocadas pelos braços carinhosos que nos enlaçam. A luz excessiva nos irrita, enquanto a penumbra tranquiliza. O som estridente ou um grito nos assustam, mas a canção de ninar embala nosso sono. Uma superfície áspera desagrada, no entanto, o toque macio de mãos ou de um pano como que se integram a nossa pele. E o cheiro do peito e a pulsação de quem nos amamenta ou abraça podem ser convites à satisfação ou ao rechaço. Começamos assim a compreender, a dar sentido ao que e a quem nos cerca. Esses também são os primeiros passos para aprender a ler.

Maria Helena Martins (0 que é leitura. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1997.)

Tudo começa quando a criança fica fascinada com as coisas maravilhosas que moram dentro do livro. Não são as letras, as sílabas e as palavras que fascinam. É a história. A aprendizagem da leitura começa antes da aprendizagem das letras: quando alguém lê e a criança escuta com prazer. [...] a criança se volta para aqueles sinais misteriosos chamados letras. Deseja decifrá-los, compreendê-los — porque eles são a chave que abre o mundo das delícias que moram no livro! Deseja autonomia: ser capaz de chegar ao prazer do texto sem precisar da mediação da pessoa que o está lendo.

Rubem Alves - O prazer da leitura.

O que é o Enem?

segredos-do-enem-2017-estudar-vestibularAs provas do Enem não têm em vista avaliar se o estudante é capaz ou não de memorizar informações. Além do conteúdo específico de cada disciplina, o exame tem por objetivo avaliar se o estudante tem estruturas mentais desenvolvidas o suficien­te para lhe possibilitar interpretar dados, pensar, tomar decisões adequadas, aplicar conhecimen­tos em situações concretas. E também se tem, na vida social, uma postura ética, cidadã.

Para aferir essas competências, o Enem avalia os cinco eixos cognitivos comuns às quatro áreas do conhecimento.

Os cinco eixos cognitivos

Os documentos do Enem anteriores a 2009 referiam-se a cinco competências e a 21 habilidades, que, nas provas do exame, eram avaliadas em todas as áreas. Em 2009, entre­tanto, essas cinco competências gerais ganharam outra denominação, eixos cognitivos, uma vez que cada área passou a avaliar competências e habilidades específicas. Assim, apesar da mudança de nome, os eixos cognitivos ou as antigas competências gerais continuaram os mesmos. Veja na próxima página:

A) Dominar Linguagens:

Essa competência é muito ampla, pois está associada ao domínio da norma culta da língua portuguesa, das linguagens matemática, científica, artística e das línguas espanhola e inglesa. A linguagem é responsável por organizar o pensamento. Além disso, dominar linguagens é, também, saber adequar o que se fala ao público que está ouvindo. Dessa forma, de nada adianta possuir amplo domínio das normas gramaticais da Língua Portuguesa, se o sujeito não é capaz de se fazer entender por utilizar palavras desconhecidas do grande público.

B) Compreender fenômenos:

A compreensão de fenômenos dá-se, normalmente, por sucessivas aproximações. Compreender fenômenos é, portanto, uma questão complexa que está associada ás mais diversas áreas do saber. Os fenômenos podem ser de ordem científica, social, econômica, etc. Mas exigem certas estruturas para sua compreensão.

C) Resolver situações-problema:

O objetivo da aprendizagem é tornar os sujeitos capazes de enfrentar e resolver, de forma original e autônoma, os problemas que lhes são apresentados. Dessa forma, esse eixo cognitivo está claramente orientado para a mais importante das finalidades da educação escolar. Em outras palavras, é necessário que os conteúdos escolares possam estar a serviço do desenvolvimento das habilidades e não sejam, apenas, um fim em si mesmos.

D) Construir argumentações:

Diante de uma situação concreta de solução de problemas, que pode ser, por exemplo, um debate sobre a destinação de recursos do orçamento de um condomínio, será necessário que uma pessoa organize seus conhecimentos e apresente suas ideias de forma clara, sucinta e com poder de persuasão. A construção de argumentação é, por si só, uma atividade interdisciplinar, pois exige a coordenação de diversas ideias a serviço de um determinado fim.

É evidente que exige que a pessoa tenha desenvolvido um repertório razoável de conhecimentos. Mas somente os conhecimentos não são suficientes para garantir que a construção de argumentação seja feita de maneira satisfatória. É preciso, pois, que a pessoa desenvolva a capacidade de mobilizar seus conhecimentos, torná-los operacionais e saiba apresentá-los de forma lógica e coerente.

E) Elaborar propostas:

Diante de uma realidade apresentada, por exemplo, a situação da corrupção que existe em algumas esferas da política nacional, o sujeito deve ser capaz de compreender essa realidade e propor ações capazes de reverter o quadro desagradável. Nessa elaboração, deve-se fugir do senso comum e levar em conta os direitos humanos, preservar a natureza e não ofender a pátria.

Assim, elaborar uma proposta de intervenção solidária na realidade não é uma tarefa simples, pois exige a articulação entre diversos saberes, inclusive saberes que não fazem parte do currículo padrão das escolas, mas que funcionam como temas transversais, como a Ética, por exemplo.

Há, a seguir, uma questão extraída de um exame do Enem. Leia-a e tente resolvê-la. Depois identifique os eixos cognitivos que estão sendo avaliados.

Sob o olhar do Twitter

Vivemos a era da exposição e do compartilhamento. Público e privado come­çam a se confundir. A ideia de privacidade vai mudar ou desaparecer.

O trecho acima tem 140 caracteres exatos. É uma mensagem curta que tenta encapsular uma ideia complexa. Não é fácil esse tipo de síntese, mas dezenas de milhões de pessoas o praticam diariamente. No mundo todo, são disparados 2,4 trilhões de SMS por mês, e neles cabem 140 toques, ou pouco mais. Também é comum enviar e-mails, deixar recados no Facebook, falar com as pessoas pelo MSN, tagarelar no celular, receber chamados em qualquer parte, a qualquer hora. Esta­mos conectados. Superconectados, na verdade, de várias formas.

[...] O mais recente exemplo de demanda por total conexão e de uma nova sintaxe social é o Twitter, o novo serviço de troca de mensagens pela internet. O Twitter pode ser entendido como uma mistura de blog e celular. As mensagens são de 140 toques, como os torpedos dos celulares, mas circulam pela internet, como os textos de blogs. Em vez de seguir para apenas uma pessoa, como no celular ou no MSN, a mensagem do Twitter vai para todos os "seguidores" — gente que acom­panha o emissor. Podem ser 30, 300 ou 409 mil seguidores.

MARTINS, I.; LEAL, R. Época. 16 mar. 2009 (fragmento adaptado).

Dicas para usar melhor o Twitter

Coloque-se no lugar de seu leitor: você gostaria de saber que alguém está comen­do um lanche?

Cuidado com o que você vai publicar: você quer mesmo que todo mundo saiba detalhes de sua vida afetiva ou sexual?

Encontre uma velocidade ideal de mensagens: se forem poucas, ninguém vai segui-lo; se forem muitas, as pessoas vão deixar você de lado

Use a busca para encontrar pessoas e assuntos que lhe interessam. Se quiser seguir os resultados da busca, cadastre-a em seu leitor de RSS

Aprecie com moderação: o Twitter pode dispersá-lo. Se estiver concentrado, dei­xe-o fechado. Dose o tempo que você gasta com ele

Se a conversa começar a ficar longa, ligue para a pessoa ou use o MSN

Não tente ler tudo. É impossível! De tempos em tempos, avalie se você quer real­mente seguir todas aquelas pessoas

MARTINS, I.; LEAL, R. Época. 16 mar. 2009.

Da comparação entre os textos, depreende-se que o texto II constitui um passo a passo para interferir no comportamento dos usuários, dirigindo-se diretamente aos leitores, e o texto I:

a) adverte os leitores de que a internet pode transformar-se em um problema porque expõe a vida dos usuários e, por isso, precisa ser investigada.

b) ensina aos leitores os procedimentos necessários para que as pessoas conheçam, em profundidade, os principais meios de comunicação da atualidade.

c) exemplifica e explica o novo serviço global de mensagens rápidas que desafia os hábitos de comunica­ção e reinventa o conceito de privacidade.

d) procura esclarecer os leitores a respeito dos perigos que o uso do Twitter pode representar nas relações de trabalho e também no plano pessoal.

e) apresenta uma enquete sobre as redes sociais mais usadas na atualidade e mostra que o Twitter é preferido entre a maioria dos internautas.

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