Análise de charges religiosas

Esta charge cuja análise faço hoje foi publicada no jornal ‘O Estado de São paulo” na última quarta-feira. Vejam a importância do conhecimento prévio para a correta decodificação da mensagem:

charge-666-diabo

A personagem em questão é o Penadinho, fantasma criado por Maurício de Souza. Ele conversa com um personagem que representa o diabo.

Superfície do texto

Penadinho surge  eufórico, fato comprovado pelo marcadores textuais e a leitura do texto não-verbal: a exclamação na fala do primeiro balão e o sorriso em seu rosto. Oferecendo uma rifa para a personagem que representa o diabo, tem como resposta a seguinte frase: “Tem o 666?”. Eles estão num cemitério, pois se vê ao fundo as lápides. O diabo é reconhecido pelos elementos que o constituem: tridente na mão, capa, chifres. Embora a tira esteja em preto e branco, pressupõe-se que sua roupa seja vermelha.

Interpretações

A charge exige do leitor algumas informações que não constam na imagem nem no texto. A primeira refere-se ao reconhecimento do ambiente e dos participantes. As pistas textuais presentes nos levam a uma compreensão diferente do cartoon. O ponto principal, no entanto, é a fala do diabo:

“Tem o 666?”

A escolha do número não ocorre por acaso. Segundo a Bíblia, o número que representa a besta, o diabo é o número 666. Ele escolhe este número demonstrando certa afinidade com o mesmo, fato corriqueiro quando se vai escolher um número numa rifa. Exige-se do leitor, portanto, essa informação, pois sem a qual a leitura ficaria muito prejudicada.

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